quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Por um Brasil Verdadeiramente Feliz

O Brasil é conhecido no mundo todo como um país alegre. Em qualquer lugar onde se ajuntam os brasileiros, logo todos ficam sabendo. Para isso concorrem o povo, a fama da paisagem e a capacidade de enfrentar problemas com criatividade. Fica fácil exaltar as belezas da nossa terra, como na biografia cantada por Jorge Ben Jor: “Moro num país tropical abençoado por Deus”, com sua receita de felicidade: a natureza, o carnaval, um fusca e um violão, o futebol, a mulher, e os amigos (1). Por ser um divertimento, seu patropi passa longe dos graves problemas nacionais. Não é hora de falar da injustiça, corrupção, violência e impunidade. Ben Jor e os poetas estão certos ao cantar seu amor pelo Brasil, cada um do seu jeito. Mas não podemos viver deslumbrados. A Comunidade Evangélica de Nilópolis reconhece isto em uma oração. Em Deus, sara esta nação, mesmo sem citar cada problema, há a busca de Deus. A curiosidade está na intimidade com que nossos irmãos cantam: “Um dia, Deus olhou para esta nação e por ela se apaixonou de uma forma especial” (2). A mensagem de Nilópolis não menciona especificamente o Brasil. Serve para todas as nações. Há quem ache que Deus é brasileiro, esquecendo que o amor do Pai é dado aos seus _ lhos pela graça, e indistintamente. Todos os povos podem ser felizes. Somos contagiados pela alegria dos sul-africanos e as vuvuzelas das torcidas. Até povos de clima frio brincam e riem na neve. Os índios do Xingu e os distantes povos da Ásia celebram suas festas com coreografias originais. O que nos faz realmente felizes? Sermos criativos, extrovertidos? Aproveitarmos o sol, a praia, a montanha, as florestas? Projetarmos universalmente nossa arte e cultura? Mas, e a natureza agredida, a tragédia moral do carnaval, o fanatismo esportivo, as propagandas que associam o álcool à alegria, a zombaria da televisão quanto ao valor do casamento? Podem não estar nos poemas, mas estão ao nosso lado, por toda parte. Um Brasil feliz precisa enfrentar os problemas reais e abranger todas as pessoas. Isto só é possível com Cristo, o Salvador que veio ao mundo para trazer boas notícias aos pobres, libertar os presos e oprimidos, curar os cegos, e dar vida a todos (Lucas 4.18,19). Não adianta cantar as belezas da criação sem anunciar o Criador. É Deus que nos faz capazes de apreciar o belo e crer no potencial que há por trás de vidas hoje desfiguradas. À semelhança de Jesus, intercedamos por nosso povo, e anunciemos a esperança e vida, liberdade e vitória preparadas por Deus para todo aquele que crê (3).
Notas (1) Diz a letra: “Moro num país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza, mas que beleza. Em fevereiro, tem carnaval; tenho um fusca e um violão; sou Flamengo e tenho uma nega chamada Teresa. Posso não ser um “band leader” mas lá em casa todos meus amigos, meus camaradinhas me respeitam, e essa é a razão da simpatia, do poder, do algo mais e da alegria.” (2) Diz a letra: “Deus, sara esta nação com o teu poder, com o óleo da tua unção! Um dia, Deus olhou para esta nação e por ela se apaixonou de uma forma especial. Colocou sobre ela a sua mão, derramando a sua unção, liberando o seu poder”. (3) Na campanha de Missões Nacionais de 2003 sugerimos o acréscimo de uma 5ª. estrofe ao hino “De ti, ó meu Brasil” (Hinário para o Culto Cristão, 600): “Recebe, ó Deus de amor, este hino de clamor por meu País. Que eu prove a gratidão dizendo ao meu irmão: ‘Com Deus, nossa Nação será feliz’!”

Ivo Augusto Seitz
Pastor da Igreja Batista da Floresta
Porto Alegre, RS

Nenhum comentário: