terça-feira, 29 de março de 2011

Povos não alcançados: uma realidade que incomoda

Apesar dos avanços missionários das últimas décadas, os povos não-alcançados são um grande desafio para a igreja evangélica no Brasil e no mundo. Segundo pesquisas apresentadas no Congresso de Lausanne, na Suíça, em 1974, calculava-se que na década de 70 havia cerca de 16 mil povos, em todo o mundo, ainda sem nenhum contato com o Evangelho. A evangelização se intensificou e, no congresso de 1989, nas Filipinas, mostrou-se que o número de povos não-alcançados caiu para 8 mil. Segundo a Missiologia atual, hoje existem pouco mais de 2.200 grupos étnicos sem a presença cristã e cerca de 4 mil povos sem uma evangelização forte para alcançar a sua própria etnia. Estes clamam pela ação missionária do discípulo de Cristo e da Igreja. Nós estamos falando dos povos não-alcançados. Precisamos então cumprir o que Jesus nos mandou, que é fazer discípulos de todas as nações. “Povos Não-Alcançados” é um termo que começou a ser usado com mais intensidade na Missiologia moderna na última parte do século 20. É uma referência para designar povos, nações ou áreas geográficas do mundo com pouca densidade ou influência cristã e evangélica. Em outras palavras, são áreas do mundo que compreendem povos, idiomas, culturas e tradições, onde o Evangelho ainda não chegou e a Igreja não existe. Estes grupos humanos e etnias são chamados de povos não-alcançados. O livro de Romanos demonstra como teologia e missão, fé e vida, convicção e missão andavam juntas em Paulo. Por isso, a Espanha precisava ser evangelizada (Rm 16.25-27). O apóstolo tinha uma consciência clara e profunda de história e de seu tempo, acerca da hora e do lugar onde começar, fronteiras a conquistar e filosofia a nortear o ministério. O capítulo 15.19 fala sobre a hora, o lugar e as fronteiras a conquistar. Em Romanos 15.20-21, Paulo testifica da filosofia que norteava o seu ministério e sua vida. Tinha prazos para sair (vs. 23 e 24). As expressões “Passa a Macedônia e ajuda-nos” e “confins da terra” dão-nos várias implicações missionárias para a Igreja no século 21. Quais as áreas não evangelizadas e não alcançadas hoje? Outra expressão muito usada, chamando a atenção da Igreja para maior mobilização em oração e ação missionária, é a Janela 10/40. É uma referência ao mundo budista, hinduísta e islâmico, e onde há pouca ou nenhuma presença cristã. São autênticos “cinturões” de resistência. E o desafio muçulmano naquela região é gigantesco. São cerca de 42 países de maioria islâmica localizados no Oriente Médio, Norte da África e Sul da Ásia. Na Europa ocidental existem mais de 15 milhões de muçulmanos e a maioria é não-alcançada. Sim, eles também precisam da graça do Pai! Pr. Fernandes, Missionário da JMM na Europa

Metas para o avanço missionário

Face aos diversos desafios missionários e às inúmeras oportunidades que temos, como batistas brasileiros, de expandir a obra missionária no mundo, a Junta de Missões Mundiais preparou um planejamento estratégico que vai nortear as ações de avanço missionário até 2013. Com fé e ousadia vislumbramos estratégias de crescimento. Estão previstas metas desafiadoras. As principais são: Abrir 20 campos missionários, com atenção aos menos evangelizados; Plantar igrejas multiplicadoras em todo o mundo, especialmente entre os povos não-alcançados; Enviar 300 novos missionários; Alcançar pelos menos 100 mil decisões por Cristo; Discipular 60 mil novos crentes; Realizar 12 mil batismos; Abrir 3.500 frentes missionárias; Aumentar o número de intercessores e mantenedores da obra missionária; Despertar e selecionar mais vocacionados para o trabalho de missões. Também estamos trabalhando para aprimorar a gestão da JMM, onde vários processos estão sendo revistos e reestruturados, para a eficiente e eficaz ação de nossa sede, proporcionando o funcionamento organizacional com excelência. Todas as ações planejadas estão amparadas por metodologias que levam em conta o histórico da obra missionária nos últimos anos; os cenários políticos, social, econômico e religioso em âmbito nacional e internacional; as perspectivas da obra missionária mundial; dentre outras realidades. Caminhamos tendo os olhos voltados para as necessidades urgentes do mundo, mas sem esquecer que precisamos estar muito bem preparados para atendê-los. A implementação dessas metas só será possível porque acreditamos na participação e na fidelidade dos crentes e das igrejas aqui no Brasil, que têm sustentado essa obra com suas orações e ofertas. Afinal, são as igrejas que fazem missões; nessa parceria, a JMM coordena e viabiliza esse esforço comum para que o Evangelho de Jesus Cristo chegue até os confins da Terra. Leve estes desafios ao conhecimento da sua igreja e estimule-a a orar e a contribuir, de todas as maneiras que estiver ao seu alcance, para que o Evangelho seja anunciado entre todos os povos, porque eles também precisam da graça do Pai. Pr. João Marcos B. Soares Diretor Executivo

domingo, 13 de março de 2011

Eles também precisam da graça do Pai

Em 2011 e nos próximos anos, a Junta de Missões Mundiais vai redirecionar a abordagem e voltar a destacar a questão das etnias, com foco nos povos não alcançados.
Um povo não-alcançado é um grupo para quem o Evangelho de Jesus ainda não chegou ou que a igreja existente em seu meio não tem condições de evangelizá-lo. Há ainda cerca de 2.200 grupos étnicos nessas condições.
A Campanha deste ano tratará mais especificamente da realidade dos povos islâmicos. Com seu espantoso crescimento, hoje os muçulmanos já são quase 1 bilhão e 600 milhões em todo o mundo; na América Latina e até mesmo no Brasil o número aumenta a cada ano. Precisamos entender quem são os muçulmanos e conhecer a sua religião. Devemos amá-los e empreender todos os esforços para que eles também sejam alcançados pela graça do Pai.
A Junta de Missões Mundiais deseja contribuir para que as igrejas batistas do Brasil entendam o que é o islamismo e tenham uma visão real e sem preconceitos de quem são os muçulmanos. Atualmente, estes têm sido visto por muitos países e sido tratados pela mídia com preconceito e até rejeição. Queremos, contudo, que os crentes brasileiros percebam as necessidades espirituais dos seguidores do Islã e os vejam como alvos do amor de Deus, por quem Jesus também morreu e que também precisam ser alcançados pela graça do Pai.
O tema é um todo - as palavras, as imagens do cartaz e o versículo bíblico. Tudo se junta para formar a idéia e o objetivo da Campanha Missionária.
“Eles”: Refere-se aos povos não-alcançados, os quais estão retratados na identidade visual.
“Também”: Expressa condição de equivalência, da mesma forma que, inclusão. Assim, o que se pretende é que as pessoas nas igrejas façam uma reflexão do tipo: “Os outros (Eles) também precisam e têm o direito de conhecer a graça que eu já conheço”.
“Precisam”: Os povos não-alcançados (incluindo os muçulmanos) vão perecer se não conhecerem a Jesus.
“Graça”: Sentimento e ação inexistentes ou não enfatizados nas religiões não-cristãs, inclusive no islamismo. Queremos que os crentes entendam que os povos não-alcançados carecem do favor de Deus e que devemos alcançá-los com essa graça.
“Pai”: Para os muçulmanos Alá é conhecido por 99 adjetivos, menos um: Pai. A ideia é enfatizar esse fato logo no tema e despertar na mente do nosso povo um sentimento positivo em relação a essa realidade.

Judas, o homem que nunca soube


Algumas vezes, tentei imaginar que tipo de homem este Judas era. Como ele era, como ele agia, quem eram os seus amigos.
Acho que eu o estereotipei. Sempre o imaginei magro, de olhos grandes e redondos, dissimulado, uma pessoa vil, de barba pontuda e tudo o mais. Eu o descrevi como alienado em relação aos outros apóstolos. Sem amigos. Distante. Sem dúvida ele era um traidor e um colaboracionista. Provavelmente o resultado de um lar desmoronado. Um delinqüente em sua juventude.
No entanto, imagino se isso fora verdade. Não temos nenhuma evidência (somente o silêncio de Judas) que sugeriria que ele fosse uma pessoa isolada. Na última ceia, quando Jesus disse que o seu traidor havia sentado à mesa, não achamos nenhuma passagem que mostre os apóstolos se virando para Judas como se ele fosse o ardil traidor.
Não, acho que o pegamos como bode expiatório. Talvez ele fosse exatamente o contrário. Em vez de magro e dissimulado, talvez ele fosse robusto e jovial. Em vez de quieto e introvertido, ele poderia ter sido extrovertido e cheio de boas intenções. Eu não sei.
Mas, para todas as coisas que não sabemos a respeito de Judas, existe uma coisa certa que sabemos; ele não tinha relacionamento com o Mestre. Ele viu Jesus, mas não o conhecia. Ele ouviu Jesus, mas não o compreendeu. Ele tinha uma religião, mas não um relacionamento.
Como Satanás trabalhava à sua maneira ao redor da mesa, ele precisava de um tipo especial de homem para trair o nosso Senhor. Ele precisava de um homem que conhecia as ações de Jesus, mas que havia omitido a missão de Jesus. Judas era o homem. Ele conhecia o império, mas nunca conheceu o Homem.
Nós aprendemos essa intempestiva lição do traidor. As melhores armas de Satanás não são de fora da igreja; elas estão dentro dela. Uma igreja nunca morrerá por causa da imoralidade de Hollywood ou por causa da corrupção em Washington. Mas morrerá por uma corrosão dentro de si mesma – por causa daqueles que defendem o nome de Jesus Cristo, mas na verdade nunca o conheceram, e por causa daqueles que têm religião, mas não têm relacionamento.
Judas carregou o manto da religião, mas nunca conheceu o coração de Cristo. Vamos fazer com que esse seja o nosso objetivo a ser conhecido... profundamente.
Max Lucado