segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Culto, o que é isso?

Culto é mais que cantar, orar e ouvir a Palavra. Além dos atos, é a expressão da razão de ser da igreja. Amo evangelismo e missões, mas creio que a missão da igreja é a adoração. Ela existe em função de Deus (adoração) e não em função dos homens (proclamação). No céu não haverá perdidos a evangelizar, mas haverá igreja. Porque haverá Deus. Ele nos escolheu antes da criação, para vivermos com ele: “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor” (Ef 1.4). Ao cultuar, a igreja mostra porque existe. Para adorar a Deus, para viver com ele, para ouvi-lo. Por isso, o louvor, a oração e a Palavra.
Antes do “Ide” (Mc 16.15) houve um “vinde” (Mc 6.7). A igreja é chamada para estar com Jesus e só deve ir ao mundo depois de viver com ele. Comovida por ele, ela evangeliza e faz missões. Quem ama a Jesus compartilha Jesus. “O amor de Cristo nos constrange” (2Co 5.14).
O culto não é para nós. É para Deus. As pessoas avaliam o culto pelo que sentiram. É o culto antropocêntrico. O culto deve ser avaliado de outra maneira: terá agradado a Deus? O cultuador fez, pensou e disse o que Deus queria? Agradar a Deus é o alvo do culto. Este deve ser teocêntrico.
Alguns pensam que quanto mais barulhento, mais espiritual o culto é. Pessoalmente, acho alto volume apenas mau gosto. Prefiro ser desafiado, pensar se estou agradando a Deus, se há algo por mudar em minha vida. Há quem goste de agito, sem reflexão. A questão é que não somos referenciais. Nem temos como saber o que Deus achou do culto. Mas devemos lembrar que a dimensão humana do culto é o quanto ele nos transforma. Muitos cultos não enfatizam a santidade de Deus e suas exigências, mas sim o que os crentes vão receber. O foco é o homem, e não Deus. Será que é este o culto que Deus deseja, à luz do ensino bíblico?
Se a dimensão humana do culto é nossa transformação, podemos firmar alguns princípios que nos ajudam a ver o quanto o culto serviu à vontade de Deus para a igreja e para o mundo. Houve mudança de vida ou apenas emoções? A cruz foi proclamada? Cristo foi anunciado? Houve abandono de pecado? Houve consagração de vidas? Houve conversões? As pessoas estão amadurecendo? Se isto não acontece, há apenas alarido.

Culto é mais que ajuntamento e mais que forró. É ouvir Deus, falar com Deus e ser transformado. Não é entretenimento. É algo sério: entrar em adoração ao Deus Santo! Quão sério é o culto!
Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Igreja já era, não me acrescenta nada!

Esta frase me foi dita por um suposto crente em Jesus, cujo esporte predileto é jogar pedra na igreja.
Tal pessoa não entendeu o que a Bíblia ensina sobre a vida cristã, não tem noção do que é igreja, e não se vê como serva, mas como consumidora a ser bajulada.
A igreja não existe em função de nós mesmos. Ela é um espaço de serviço a Deus e aos demais. Deus nos deu dons para usar em prol dos outros: “Assim também vós, já que estais desejosos de dons espirituais, procurai abundar neles para a edificação da igreja” (1Co 14.12). Quem diz que “serve a Deus e não aos homens”, é enfatuado e não entendeu a vida cristã.
Não somos igreja para sermos agradados, mas para servirmos. E não apenas servir a Deus, mas também aos outros. A Bíblia diz: “Servindo uns aos outros conforme o dom que cada um recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1Pe 4.10).
Não existe vida cristã à parte da igreja. Schaeffer disse que “a salvação é individual, mas não individualista”. Outra pessoa me disse: “Já me converti, mas vou orar para saber se devo me batizar”. Esta também não entendeu nada. Quem se converteu, deve se batizar e assim se tornar igreja. Para o convertido, o batismo não é uma opção, mas ordenança. São pessoas egocêntricas. Colocam-se no trono de sua vontade e entendem a vida cristã como um conjunto de opções que elas podem ou não fazer. Quem se converteu deve se batizar e se tornar igreja, que é onde Deus ajunta os convertidos. Ela é o corpo de Cristo. Isto diz respeito, também, à igreja local. Paulo disse aos coríntios: “Ora, vós sois corpo de Cristo, e individualmente seus membros” (1Co 12.27). A igreja local é o corpo de Cristo! Ela tem imperfeições? Seus críticos também! E exatamente por isso foram tornados corpo de Cristo. Para serem ajudados pelos outros a melhorarem.
Há muito de vaidade nas críticas à igreja. Dos incrédulos, se aceita. Mas de pessoas que se dizem convertidas, se espera amor pela igreja. Cristo a ama: “Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela” (Ef 5.25).
Quem não ama a igreja, o conjunto de salvos, não ama a Deus. Porque isto é um mandamento: “E dele temos este mandamento, que quem ama a Deus ame também a seu irmão” (1Jo 4.21). Quem não ama o irmão, não o culpe. A falha é sua e não dele. Peça perdão a Deus e clame por graça, pois está abaixo do padrão que Deus pede.
Spurgeon disse a alguém que lhe falou que não ia à igreja porque ela estava cheia de hipócritas: “O senhor pode ir assim mesmo. Cabe mais um”. Mas isso foi Spurgeon. Se eu disser isso, me chamarão de “grosso”. Então digo: “Traga suas virtudes e perfeições e nos ajude a melhorarmos! Você será um instrumento nas mãos de Deus para aperfeiçoar a igreja”.
A igreja “não era”. Ela sempre será. Cristo a ama. O Espírito trabalha nela. A igreja local não é evento sociológico. É ação de Deus no tempo e no espaço. Ajude a igreja, se você é igreja. Não jogue pedra nela. Ela não é a Geni, do Chico Buarque. É corpo de Cristo.
Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho

Que diremos, pois?

Romanos 8.31-39
Romanos 8 é um dos mais extraordinários capítulos do Novo Testamento. É para todo cristão saber de cor. O apóstolo Paulo faz esta pergunta sete vezes nesta epístola (Romanos 3.5, 4.1, 6.1, 7.7, 8.31, 9.14, 9.30). Que diremos diante da verdade segundo a qual todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus?
Diremos que continuaremos amando a Deus, para que confiemos que Ele fará que todos os fatos de nossa vida concorram para o nosso bem. Afinal, Ele nos deu Jesus Cristo para nos salvar. Esta é a nossa certeza, derivada da promessa bíblica: que todas as coisas da nossa vida, tanto as duras quanto as felizes, serão transformadas em servas de nosso bem, como ocorreu com José (que disse aos seus irmãos, que o tinham vendido como escravo: "Não foram vocês que me mandaram para cá, mas sim o próprio Deus" (Gênesis 45.8). Todas as coisas cooperam para nos fazer com que nosso coração, despertado pelo Espírito Santo nele, alcance mais da graça, da glória e da presença de Deus. Que diremos diante da verdade do amor de Deus, que nos conhece desde a eternidade, nos predestina para sermos conforme a imagem de Jesus Cristo, nos chama, nos justifica e nos glorifica, que é a ordem como Deus vê as coisas, ou nos conhece, nos chama, nos justifica, nos glorifica e nos predestina para sermos conforme a imagem de Jesus Cristo, que é a ordem na história humana? Eis um excelente esquema para entender o assunto: ORDEM DIVINA DA SALVAÇÃO: Deus nos conhece; Deus nos predestina para sermos conforme a imagem de Jesus Cristo; Deus nos chama; Deus nos justifica; Deus nos glorifica. Diremos que continuaremos amando a Deus, porque o nosso amor é a nossa resposta ao Seu amor. Ele nos amou primeiro (1João 4.19) e amou a todo o mundo (João 3.16). No entanto, os beneficiários desta promessa são as pessoas que amam a Deus. O primeiro e grande mandamento é que amemos a Deus (Deuteronômio 30.6), sabendo que o que Ele nos preparou vai além do que podemos ver, ouvir e imaginar (1Coríntios 9.2). "Deus é poderoso para fazer acrescentar em vós toda a graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, transbordeis em toda boa obra" (2Coríntios 9.8). "Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera (Efésios 3.20). "Por esta razão sofro também estas coisas, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia" (1Timóteo 1.12). Deus é "poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos ante a sua glória imaculados e jubilosos" (judas 24). Será que Deus só ama a quem o ama? Sim: o amor salvador é daqueles que o desejam. Que diremos diante da verdade que nenhuma acusação, condenação ou execução nos separa do amor de Cristo? Diremos que continuaremos afirmando que, uma vez que Deus é por nós, ninguém triunfará no seu intento contra nós, pois nada, nem mesmo a morte, nos pode privar do amor de Deus.
Extraído de Prazer da Palavra